sábado, 24 de julho de 2010

Uma aula de Cinema !

Estrada Para Perdição
Road to Perdition (2002)

Me considero uma pessoa que assiste filmes de acordo com o sentimento que me rodeia naquele determinado momento, fato extremamente relevante ao exprimir minhas opiniões sobre o mesmo, ou seja, há dias que tenho vontade de ver uma comédia, mas ao contrário da minha vontade acabo assistindo um drama, com certeza isso acaba influenciando em minha opinião, levando-me à julgá-lo de forma errada. Então, muitas vezes, assisto um filme e o considero ruim e depois de anos o vejo novamente e discordo da minha antiga concepção.
Ontem eu estava naqueles dias que o importante era assistir o filme, não ligando para o gênero, nem mesmo se eu já o havia visto ou não. Acabei optando por Estrada para Perdição, que considerava um ótimo filme, mas hoje, vejo quão errônea era minha concepção, na realidade, considero tal concepção, muita falta de maturidade na ocasião, que mesmo ainda sendo uma presença cativa em minha vida, é menos do que na época em que o assisti. O filme revelou-se mil vezes melhor do que eu me lembrava, é brilhante de todas as formas possíveis, mesmo com um deslize ou outro acabam não afetando a grandiosidade do produto final.
O filme conta a história de Michael Sullivan (Hanks) que trabalha para John Rooney (Newman), um chefão da máfia, que tem sua vida virada ao avesso quando o filho mais velho presencia uma execução.
Primeiramente, Sam Mendes reafirma seu talento depois do (já) brilhante Beleza Americana, nos presenteando com quadros magníficos, beirando o poético, ficando claro na reunião em que John confronta os atos do filho, e ao término da mesma, a câmera se aproxima do personagem de Daniel Craig (o filho), de forma a não deixá-lo centralizado no quadro, para posteriormente vermos em suas costas a forma paternal que John trata Sullivan e ao mesmo tempo presenciamos a expressão de revolta do primeiro. Mendes ainda demonstra inteligência ao construir seus personagens, como o de Craig, que é visto rodeado de sombras no começo da projeção, revelando sua personalidade um tanto obscura.
A direção de arte, os figurinos, fotografia e a trilha sonora, não ficam para traz, acabam sendo uma atração a parte no decorrer da projeção. Vide a melodia alegre, a fotografia baseada no branco, igualmente, como a casa de praia nos últimos minutos do filme, que acabam a transmitir uma falsa esperança para os personagens e espectadores, respectivamente?
E como falar dessa obra sem tocarmos em seus personagens? Povoado por figuras no mínimo interessantes (cada um deles daria para fazer um filme diferente). Quem mais se destacam são, obviamente, Newman e Law, onde o primeiro domina as cenas em que aparece, de forma segura e incrivelmente competente (o seu personagem, John Rooney, acaba de se tornar um dos melhores do cinema, para mim) e o último de forma caricata (estamos falando de uma adaptação de HQ, seria pedir demais não ter pelo menos um personagem caricato, né?!), nos dá um desempenho memorável.
Mas o que mais me chama atenção nessa obra é o relacionamento familiar desenvolvido pela trama (no caso entre pais e filhos). Onde vemos pais preocupados com os filhos, matando para vê-los vivos ou não encaminhados nos mesmos caminhos que trilharam. Ao exemplo de Rooney e seu filho e Sullivan e o seu, e por que não o de Sullivan e Rooney, que é resumida de forma belíssima quando o primeiro ao ver o último tocando piano, senta ao lado para tocar junto, demonstrando o respeito e o amor que um sente pelo outro, sem exprimirem uma palavra se quer. E com certa ironia o filme chama-se Estrada para Perdição, estrada essa que não é apenas para a cidade Perdição, como dito no filme, mas é a estrada que Sullivan luta para não ver o filho trilhar, mesmo em meio a tantas atrocidades.
Peca apenas em certas obviedades em sua trama, mas isso é tão pequeno que nem merece ser levado em conta. É bom ver que o cinema de verdade ainda vêm resistindo em meio a tantas idiotices (Lê-se:“Saga” Crepúsculo, Transformers 2, Busca Implacável, Pequenino e por aí a fora).

3 comentários:

Unknown disse...

po cara o post ficou foda mas não fala de transformes não me amarro, mesmo que no 3 não terá mega fox

Willian disse...

Put´s :S

Unknown disse...

Um mimo pra vc no meu blog ,
é o BLOGS SELO DE OURO *_*
Confira e passe adiante vc tb !
bjs